Cães e gatos atingem a terceira idade conforme porte e lugar onde vivem
Gabriela Jacobsen, com seus filhos gêmeos, brinca com o gato Iura de dezenove anos
Especialista em medicina felina e vice-diretora do Hospital de Clínicas Veterinárias, Fernanda Amorim explica que, para os gatos, essa fase da vida começa por volta dos 12 anos.
Para os cachorros, a divisão é um pouco mais complexa, diz a especialista em problemas de comportamento de cães e gatos Ceres Faraco. Por mais estranho que pareça, a fase geriátrica chega mais cedo para os cães grandes, por volta dos sete anos. Os pequenos, como as raças bichon frisé e maltês, envelhecem por volta dos 10 ou 11 anos.
Amigos inseparáveisTotó e Kovu são de raças diferentes, mas compartilham a mesma dificuldade: chegaram à terceira idade. Enquanto um tem de lidar com injeções diárias para o diabetes, o outro convive com um câncer, que afetou os testículos no início desse ano.
A doença mudou não só a vida dos animais, mas também a das donas. Hye Run Kang e o filho Jonas dividem-se há cerca de um ano nos cuidados de Totó, um maltês de 15 anos que acompanha a família desde "bebezinho".
Segundo ela, o envelhecimento do cão afetou um pouco a rotina da família. Além do diabetes, que diariamente, às 20h, une mãe e filho na luta para aplicar a injeção de insulina, Totó está completamente cego.
— Como ele odeia a seringa, a gente se ajuda. Enquanto eu seguro, o Jonas aplica — conta Hye Run.
Giulia Goidanich e o mascote Kovu, um bichon frisé de 14 anos
A estudante Giulia Goidanich, dona de Kovu, um bichon frisé de 14 anos, compartilha do mesmo sentimento. Tendo o cãozinho como amigo inseparável desde os seis anos, ela não consegue nem pensar que, um dia, ele pode não estar mais na vida dela. No início desse ano, entretanto, o medo a alertou.
— Me assustei bastante, o pelo dele começou a cair, ele ficou mais sonolento. Daí percebi que estava ficando velhinho.
Saúde de dar inveja— O meu não é nem idoso, é Matusalém.
Dona de Iura, um siamês de 19 anos, Gabriela Jacobsen diverte-se ao falar do companheiro. O bom humor não é em vão, já que o gato não tem nenhuma doença, apesar da idade.
Embora Iura tenha ficado mais sedentário, o envelhecimento do animal não mudou em nada o dia a dia da família. As mudanças foram mais nos hábitos do gato que, agora, toma banho só de talco e sai para a rua três vezes por ano, quando a dona leva-o para fazer os exames no veterinário.
Ele já é um vovô?
Reconheça as marcas da idade no seu mascote por diferentes alterações
Metabólicas: ganho de peso, maior sensibilidade ao calor e ao frio. Na pelagem: esbranquiçamento, rarefação de pelos, pele mais seca, crescimento das unhas. Locomotoras: dificuldades para se movimentar, atrofia muscular, artrose. Sensoriais: déficit auditivo, catarata. Gastrointestinais: tendência à diarreia e constipação, dificuldade para digerir os alimentos. No sistema nervoso central: maior agressividade, perda do treinamento higiênico, alterações no sono, latir (ou uivar) para o nada, caminhar sem rumo (sintomas associados à síndrome da disfunção cognitiva). Imunodeficiência: maior suscetibilidade a infecções, ocorrência de neoplasias (câncer).Orais: dificuldade de mastigação, desgaste e perda de dentes.
Alguns cuidadosComo facilitar a vida do seu animal idoso:
Substituir a ração habitual por outra mais atrativa e de fácil absorção.
Estimular os animais mental e fisicamente. Levá-los para passear, para que mantenham contato com outras pessoas e animais.
Fazer check-ups geriátricos a cada três ou, no máximo, seis meses.
Fonte: Caderno Vida ZH
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