google.com, pub-9539932010370662, DIRECT, f08c47fec0942fa0 "Os Cães Sonham?" - PLANETA DOS PETS

"NÃO BASTA AMAR, TEM QUE CUIDAR"

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"Os Cães Sonham?"

Livro conta o que a ciência sabe sobre o comportamento dos cães; leia trecho

Em "Os Cães Sonham?", Stanley Coren, professor, doutor em psicologia e pesquisador, reúne curiosidades comuns sobre o comportamento canino em formato de perguntas e respostas.
Com o subtítulo "Quase Tudo que Seu Cão Gostaria que Você Soubesse", o livro apresenta décadas de pesquisa científica sobre o tema e derruba muitos mitos sobre os cachorros.
Abaixo, leia um trecho.
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Os cães veem cores?

Os cães conseguem se reconhecer no espelho? Stanley Coren responde
Os cães conseguem se reconhecer no espelho? Coren responde
A resposta simples - isto é, que os cães não distinguem as cores - tem sido mal interpretada, como se os cães não vissem cores, apenas tons de cinza. Essa concepção está errada. Os cães veem cores, mas as cores que eles veem não são tão vivas nem tão variadas como as que os humanos são capazes de ver.
Os olhos das pessoas e dos cães contêm células especiais, chamadas "cones", que capturam e reagem à luz. Os cães têm menos cones que os humanos e por isso não enxergam as cores com tanta intensidade. O segredo da visão colorida, entretanto, não está apenas na existência dos cones, mas em sua variedade, pois cada tipo de cone reage a uma onda de luz diferente. Os seres humanos têm três tipos de cones; sua atividade combinada nos permite ver toda a gama de cores que caracteriza a visão humana.
Os casos mais comuns de daltonismo surgem devido à ausência de um desses três cones. Um indivíduo com apenas dois tipos ainda consegue enxergar algumas cores, mas muito menos do que uma pessoa com visão normal. É isso o que acontece com os cães, que também têm apenas dois tipos de cones.
Jay Neitz, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, elaborou um teste para determinar a variedade de cores que os cães podem enxergar. Painéis de luz foram dispostos em sequência diante deles - dois painéis da mesma cor e um terceiro de cor diferente. A tarefa dos cães era pressionar o painel de cor diversa. As respostas corretas eram recompensadas com um biscoito que o computador liberava no pote que ficava embaixo dos painéis.
Neitz confirmou que os cães realmente enxergam cores, mas muito menos do que um humano normal. Em vez de ver o arco-íris como violeta, azul, azul esverdeado, verde, amarelo, laranja e vermelho, os cães veem azul-escuro, azul-claro, cinza, amarelo-claro, amarelo-escuro (uma espécie de marrom) e cinza bem escuro. Em outras palavras, os cães veem as cores do mundo basicamente como amarelo, azul e cinza. Para eles, verde, amarelo e laranja são amarelados; violeta e azul são apenas azul; o azul esverdeado parece cinza.
Um fato estranho ou interessante é que as cores mais usadas em brinquedos para cães são o vermelho ou laranja forte (aquele tom de laranja usado em cones e coletes de segurança). Mas os cães têm dificuldade para enxergar o vermelho, que, para eles, seria um cinza bem escuro acastanhado ou talvez até mesmo preto. Isso significa que o brinquedo vermelho vivo que você enxerga tão facilmente pode ser muito difícil para seu cachorro encontrar. Quando o seu animal de estimação passa direto pelo brinquedo que você acabou de jogar, o problema talvez não seja a inteligência dele, mas o fato de você ter escolhido um brinquedo que ele tem dificuldade de distinguir no meio da grama verde do jardim.
Qual é a qualidade da visão dos cães?
A acuidade visual é a medida do tamanho de um detalhe que pode ser identificado por uma pessoa. O método mais usado para testar a visão é a escala optométrica (do tipo que se vê nos consultórios de oftalmologia e que geralmente começa com um grande "e" na primeira linha). Ela é conhecida como escala optométrica de Snellen, pois foi criada por Hermann Snellen no fim do século XIX. Utiliza símbolos formalmente conhecidos como "optótipos", que parecem letras maiúsculas e devem ser vistos e lidos como letras. No entanto, não são letras de uma fonte tipográfica comum. Elas têm uma geometria simples, especial, em que o tamanho das linhas, aberturas e espaços em branco são cuidadosamente determinados para que fiquem confusas e difíceis de ler, caso você não as veja claramente. As letras (e as aberturas e os espaços em branco que as definem) vão diminuindo de tamanho à medida que descem na escala. A linha com as menores letras que você conseguir enxergar é a medida da sua acuidade visual ou a capacidade do seu olho de enxergar detalhes.
O número dado à acuidade visual de cada pessoa é baseado na comparação com uma pessoa que tem acuidade visual normal. Se você for testado a uma distância de aproximadamente 6 metros (20 pés, na escala original) e conseguir ler a mesma linha de letras de uma pessoa com visão normal a 6 metros de distância, então a medida Snellen da sua visão será 6/6 (20/20, na escala original). Se a sua visão não for tão boa, então precisará de letras maiores para ler a essa distância. Por exemplo, se as letras que você mal consegue ler corretamente a 6 metros de distância são tão grandes que uma pessoa normal consegue ler a 12 metros de distância, sua visão será 6/12 (20/40).
É claro que não podemos fazer com que um cão leia letras para nós, por isso usamos outra técnica para determinar sua acuidade visual: um teste em que ele deve demonstrar que consegue ver os detalhes que definem um padrão. O padrão que usamos é uma grade simples, formada por listras verticais de igual tamanho em preto e branco. Colocamos essa grade junto a um padrão cinza uniforme. os cães que têm visão boa o bastante para ver o padrão listrado e o escolhem ganham um prêmio. os que escolhem o cinza nada recebem. Depois fazemos o teste com listras cada vez mais estreitas; esse teste é equivalente às letras cada vez menores da escala optométrica. No fim, as listras ficam tão finas que a acuidade visual do cão não permitirá sequer que ele veja que estão lá. Nesse ponto, elas parecem um borrão ou uma mancha, e o cartaz com as listras parecerá igual ao cartaz cinza. Quando o tamanho das listras chega a esse ponto, alcançamos o limite da acuidade visual canina. O tamanho das listras que o cão consegue ver pode ser convertido à medida de acuidade visual de Snellen usada para testar a visão humana.
A acuidade visual mais elevada registrada até hoje com esse tipo de teste foi obtida por um poodle testado em Hamburgo, na Alemanha. Mesmo esse cão, no entanto, tem acuidade visual bem ruim; ele conseguiu distinguir apenas aqueles padrões em que as listras eram quase seis vezes maiores do que o mínimo que os seres humanos conseguem ver. Convertendo esse resultado para medidas mais comuns, o cão parece ter uma acuidade visual de apenas 6/23 (20/75). Ou seja, um padrão que o cão mal consegue reconhecer a 6 metros é na verdade grande o bastante para que uma pessoa com visão normal identifique a uma distância de 23 metros. Para se ter uma ideia de como essa visão é ruim, uma pessoa com acuidade visual pior do que 6/12 (20/40) não passaria no teste para tirar carteira de motorista nos estados unidos e seria obrigada a usar óculos. A visão canina é muito pior do que 6/12 (20/40).
Mas não se deixe enganar pelos números. Embora a acuidade visual dos cães seja muito menor do que a de um ser humano normal, há muita informação chegando ao cérebro dos cães pelos olhos; acontece que o foco é "atenuado" e o cão não consegue distinguir muitos detalhes. O efeito resultante é algo como ver o mundo através de uma gaze finíssima ou de um pedaço de celofane coberto por uma leve camada de vaselina. O contorno geral dos objetos é visível, porém muitos dos detalhes internos estarão turvos ou talvez até se percam.


Fonte:  da Livraria da Folha
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