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Na Argentina, existe um cão para cada quatro habitantes, e em Buenos Aires, são muito bem tratados.
Buenos Aires desperta tarde, mas os poucos que madrugam sabem da rotina
dos bairros nobres. O banho das calçadas, com jatos d'água sem dó, nem
piedade, é a tarefa dos porteiros, antes que o dia amanheça e o pedestre
apareça.
Os primeiros a chegar são eles, os "perros", como são chamados os cães
por aqui. Eles surgem de todos os lados, todas as raças, amontoados,
sozinhos, sempre levados por alguém. O mais comum é o "passeador de
cachorros", uma profissão sempre em alta na capital argentina
Não deixa de ser uma atração. Afinal, é curioso ver grandes e pequenos
em convivência pacífica, tudo pelo prazer de um passeio, que custa em
média 100 dólares por mês para três ou quatro voltinhas no parque por
semana.
É quase um item da cesta básica, porque cachorro é como filho. Para se
ter uma ideia, a população canina impõe respeito e está na proporção de 1
cão para cada 4 habitantes. O frisson com os "perritos" tem suas
excentricidades.
Uma lojinha que parece de roupas de bebês é, na verdade, uma grife de
cachorros, de alta costura para os bichos. Com três meses de
antecedência, uma portenha já comprou a roupa de aniversário de sua
cachorrinha com direito a gorrinho, bandana e velinha, por nada menos
que 290 pesos. Há quem gaste muito mais. Leona, tratada como princesa,
que o diga. Experimentou vários modelitos na loja.
Cachorros fazem parte da vida portenha, e talvez Freud explique essa
relação tão intensa dos argentinos com seus mascotes. Passa de 10
milhões a população de cães registrados em todo o país. Essa paixão é
salgadinha: só para alimentar a matilha, as famílias argentinas
desembolsam mais de US$ 1 milhão por ano.
Os passeadores bem que cobram uma taxa pelo serviço extra, mas são
poucos os que realmente recolhem a sujeira. Não por acaso, os porteiros
portenhos entram na dança da faxina matinal, tentando renovar a cidade e
revigorar a paixão argentina pelos cães, talvez a única no mundo a dar a
uma rua o nome de um cachorro: Chonino, um herói da polícia nos anos
1980.
Fonte: Cenariomt Notícias
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