Entidade do Reino Unido capacita cachorros para que detectem doenças como o câncer e o diabetes apenas com o uso do faro
Os filhotes que o instituto recebesão fruto de doações de canis parceiros
Foto: divulgação
|
Olfato apurado para detectar doenças a partir da urina e do hálito Uma causa nobre invadiu o Reino Unido e a equipe da Meu Pet foi atrás da Medical Detection Dogs conhecer a história desse grupo pra lá de diferente. Ao sul do país, 200 voluntários administram e colaboram para a chamada “caridade”, cuja função é treinar cães e oferecê-los, sem custo algum, a pessoas com alto risco de morte.
O treino também capacita os animais a detectarem qualquer tipo de câncer por intermédio do cheiro da urina. “Os cães-médicos são treinados para ajudar pessoas que vivem em condições médicas complexas. Por exemplo, se a pessoa protegida está tendo uma convulsão, dor intensa, perda de consciência, queda de pressão arterial, entre outros, os cães são capazes de alertar, procurar ajuda e até apertar um botão de emergência”, conta Claire Guest, responsável pelo instituto, em entrevista exclusiva àMeu Pet. Os peludos são ensinados também a reconhecer, mediante o hálito, os níveis de açúcar no sangue de um diabético. Quando tais níveis estão fora da faixa normal, os animais pedem ajuda por meio de latidos, pulos e lambidas, além de levarem a seus donos kits com suprimentos, glicose e testes de sangue antes mesmo que eles sofram os primeiros sintomas da doença. Muitas pessoas que procuram o instituto têm a doença de Addison, também conhecida como insuficiência adrenal crônica ou hipocortisolismo. Trata-se de uma doença endocrinol ógica na qual há uma disfunção nas glândulas adrenais, localizadas acima dos rins. Os sintomas costumam ser tontura, fraqueza muscular, náuseas e vômitos, confusão mental, febre, adormecimento nas extremidadese até paralisia. “Em todas essas situações, os cães-médicos estarão em estado permanente de alerta até que a pessoa protegida seja socorrida pelos médicos”, diz Claire.
Entre a seleção e o treinamento dos animais a espera é grande
O instituto existe desde 2008, mas já em 2004 surgiram os primeiros estudos que forneceram provas de que os cães podiam identificar um odor único que foi associado ao câncer. Desde então, o treinamento intenso resultou em três cães dedicados somente à detecção dessa doença a partir de amostras de urina. A intenção é que eles possam identificá-lo também pelo hálito, pois o grupo parte do princípio de que há diferença entre o cheiro de uma pessoa saudável e de uma com câncer. “Nosso principal objetivo é desenvolver um método de diagnóstico de câncer que seja simples e não invasivo, além de dar mais independência ao doente. Não é mais necessário que ele fique sob cuidados médicos em um hospital. O paciente pode ir para sua própria casa e será amparado por nossos cães”, afirma Claire, que ainda diz que os treinos acontecem na própria entidade, para que os animais se sintam mais à vontade e não tenham distrações. Infelizmente, nem todos os que precisariam dessa ajuda podem contar com os cães treinados da Medical Detection Dogs. Isso porque há uma lista de espera de quatro anos para conseguir um cão inteligente. Os treinos, intensos e diários, são baseados no princípio de recompensa, e o instituto conta inteiramente com doações de outras organizações parceiras. “Temos o apoio de criadores renomados e de centros de salvamento. São eles que nos cedem os cães ainda filhotes para serem criados no instituto”,explica Claire. A procura pelo cachorro ideal também é uma luta para eles. Claire conta que a exigência é queo animal de estimação tenha um excelente faro. “Como nossa caridade foi formada em 2008, nossos cães ainda não chegaram ao fim de sua vida útil no trabalho, mas acreditamos serem capazes de trabalhar até os 10 anos de idade, embora isso seja bastante relativo. Estamos atentos a eles a todo instante e optaremos pela pausa no trabalho diante de qualquer sinal de cansaço devido à idade avançada do pet”, garante. O grupo estuda a possibilidade de treinar outros animais, como os felinos, por exemplo, e continua investigando condições debilitantes que ameaçam a vida humana e que seus cachorros-médicostenham o potencial de detectar, como crises convulsivas, dores agudas que levam a colapso ou internação, graves reações alérgicas, distúrbios do sono, paralisia, entre outras doenças.
Fonte: Fernanda Ruiz
Nenhum comentário:
Postar um comentário