Ela
busca, traz para casa, dá comida, banho, cama e diversão. Aos 33 anos, a
enfermeira obstétrica Denise da Silva Ferreira largou a profissão para
viver da paixão que tem pelos bichos e hoje é babá de cachorro, em Campo
Grande.
A casa dela recebe hóspedes
de segunda a segunda e na cartela de clientes, tem cães fixos, para quem
presta assistência em casa, de acordo com a necessidade dos donos.
Denise encerra a semana com três cães, duas fêmeas da raça yorkshire que
voltam para a casa só na sexta e mais um poodle que está há seis meses,
desde que a dona se mudou para a Espanha.
Pela
diária, de R$ 30 para as cadelas e R$ 35, para os machos, eles recebem
todo cuidado que o dono teria, garante Denise. “Ser babá é cuidar como
se fosse seu. E eu pego amor, faço carinho, tem os que dormem comigo”,
conta.
Os donos precisam deixar os
pets com ração, vacina em dia, sem pulga e nem carrapato e de
preferência, limpinhos, ou então com a autorização para que a babá dê o
banho. “Eles fazem aqui o que fazem em casa, quando eu conto para o
dono, eles sempre falam isso, coisa que no hotel, eles não vão fazer”,
comenta.
A
rotina da babá é definida pelos hóspedes de quatro patas. A capacidade
da casa é para uma média de oito animais de até 12 quilos. No sobrado
onde mora e trabalha, a parte debaixo é toda deles. O quintal parece
pronto para uma criança, com bolinhas e brinquedos pelo chão e até uma
piscina para que eles se refresquem.
“Eu ia fazer uma piscina de bolinhas também, mas um dos hóspedes comeu a borda”, conta Denise aos risos.
Dentro,
são dois ambientes. Um que acomoda o tanque do banho, puffs que viram
brincadeira nas patinhas deles e a dispensa com as rações. O quarto é
coletivo e as camas se resumem a oito casinhas de madeira. No entanto,
ela frisa que cada um escolhe onde dormir.
“Tem
os que dormem na casinha, aqui e também lá fora. Tem uma que quando
fica aqui só dorme debaixo da escada. É o lugar dela”, descreve.
Os
cães ficam o tempo brincando. O mais velho hóspede, Bumer, adora
brincar e não nega pose para as fotos. Basicamente eles fazem a rotina
dela. “O Luke é o mais carente. Acorda 5h da manhã e começa a latir e eu
venho e solto. Dou comida de manhã e de tarde e eles ficam aqui me
acompanhando. Se eu vou lavar louça, eles vão junto”, narra.
Fora
o serviço de hotel, ela também é babá na própria casa deles. Um dos
canis tem 14 cães que são visitados por ela três vezes ao dia, com
exceção da sexta-feira, quando Denise pega folga. Cada visita sai no
preço de R$ 20.
A ideia de virar babá
de cachorro começou pela paixão para com os animais e o desinteresse
pela área profissional. Em São Paulo começou a estudar Medicina
Veterinária, mas foi em Londrina que surgiram os primeiros trabalhos com
os bichos.
Denise foi dog walker,
denominação de quem apenas faz os passeios, e também táxi dog, ao levar
para o veterinário, buscar na tosa e até fazer o transporte funeral.
“Uma vez levei um cachorrinho para a clínica, porque não podia ser
enterrado em qualquer lugar”.
A
expectativa é de que no final do ano a procura aumente até por conta das
festas, já que o trabalho é a solução para quem viaja e não tem com
quem deixar. “Eu olho tudo, se aparece qualquer coisinha, sou eu quem
avisa”, diz.
Quem quiser contratar a
babá de cachorro, pode ligar nos telefones 9191-1492 e 9956-9936. A
propaganda ela faz de latido em latido e no próprio carro, um Ford Ka
prata cheio de patinhas.
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