Já
se passaram nove meses desde que o cachorro da raça pitbull Ryng foi
agredido por uma barra de ferro por um vizinho, mas a dona dele, Luize
Altenhofen, ainda se emociona ao falar no assunto. "Ele está bem. É um
cachorro feliz, que continua recebendo amor", diz ela, que na manhã
desta sexta-feira, 11/10, postou uma foto da filha, Greta, tomando café da
manhã perto de Ryng e da cadela Rajya. "Ei, galerinha, esse café da
manhã é meu #bomdia #greta #ryng #rajya #amomuito", brincou ela em rede
social.
Ryng chegou a ficar em coma induzido e teve fratruras nos ossos do
crânio e maxilar, além de ficar cego de um olho. "Eu pego a focinheira e
o chamo para passear e ele fica assim, procurando no ar. Ele está bem
obeso e anda com dificuldades", conta ela. Ryng tem 10 anos e 35kg.
Na época, o agressor de Ryng, Gondim Jr., recebeu ameaças pelo
Facebook. A defesa dele afirmou que as mensagens eram ofensivas e que
fotografias com tarjas de "assassino" foram publicadas. Ao G1, Luize
ressaltou que não se tratavam de comentários dela, mas de pessoas –
algumas que ela não conhecia – testemunhas da cena. "Assim como xingaram
ele, também recebi muitas ofensas nas redes sociais. Uma pessoa chegou a
dizer que eu tinha de entender que pitbull é uma raça que não deveria
existir, que tinha mesmo é que acabar com todos", conta Luize, que
excluiu a conta do Facebook.
"Para sair um pouco disso optei por excluir minha conta. Mas sou
jornalista, gosto de comunicação e nunca seria responsável por tirar um
site como o Facebook do ar". Um despacho da 1ª Vara Cível da Comarca de
São Paulo deu prazo de 48 horas para que a rede social retirasse do ar
mensagens publicadas. Do contrário, o site seria tirado do ar, por meio
do bloqueio do acesso feito por provedores.
"Também disseram que eu não deveria ter um animal tão agressivo com
criança pequena em casa", diz Luize, que é mãe de Greta, de 4 anos. "Ela
me perguntava muito quando Ryng voltaria para casa quando ele estava no
hospital. Eles dormiam juntos. Foi bem difícil. Eu tive de cogitar
eutanásia", relembra.
Preconceito contra a raça
Luize tem mais outros seis cães da raça pitbull, espalhados pela casa
da atriz em Maresias, no litoral norte de São Paulo, Cruz Alta, no Rio
Grande do Sul, e São Paulo, onde mora atualmente. "A mãe do Ryng faleceu
de câncer há pouco tempo e foi bem difícil. Ela era muito companheira,
parceira mesmo. Gostava de sair de carro comigo. Eu deixava ela no
estacionamento com as janelas abertas e o rádio ligado e ela ficava no
carro de boa. É uma família", conta. "Essa raça é só tamanho, eles são
muito dóceis e têm o coração enorme. Existe um preconceito contra a
raça, mas é a forma que você educa. Tem quem crie para a briga. A culpa é
do ser humano".
Fonte: Ego
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