Medindo 1,05 metro, O gato "Villara Lorenzo" é escolhido o maior gato do Brasil
Após dois dias de apresentações e julgamento, "Villara Lorenzo", um
felino da raça maine coon, foi eleito o maior gato do Brasil em concurso
realizado em São Vicente (65 km de São Paulo). Ele venceu outros 63
gatos da mesma raça levados para a sexta edição da Expo Gatos, promovida
nestes sábado (21) e domingo (22) no Ilha Porchat Clube.
"Villara
Lorenzo" tem um ano e 10 meses de idade, 1,05 metro de comprimento e
entre 10 e 11 quilos. Como prêmio, ganhou o equivalente a um ano de
ração. O animal estava agitado, o que dificultou a aferição formal – na
medição posterior à escolha, atingiu um metro, mas estava com o corpo
retraído por causa do nervosismo.
A
seleção ocorreu apenas entre gatos maine coon, por se tratar da maior
espécie no mundo, e foi resultado das análises feitas por árbitros
oriundos da Áustria, Dinamarca, Itália e Suécia. Eles avaliaram quesitos
como pelagem, aspecto físico e comportamento dos animais.
Por
sorteio, a decisão coube à juíza dinamarquesa Lene Glem. Ela escolheu
"Villara Lorenzo" por seu tamanho, porque suas dimensões são superiores à
média para felinos de sua idade e pelo fato de se tratar de um macho
não castrado – seria maior caso não pudesse se reproduzir, e fêmeas são
até 30% maiores. Ela calcula que o gato ainda poderá crescer três
centímetros.
A
proprietária do animal, Sandra Vinade, é criadora há sete anos e tem
"mais de 20 gatos" na chácara onde vive, em Ribeirão Pires, na Grande
São Paulo. Apesar de também comercializar filhotes, que custam R$ 2.500,
não vive dessa atividade: é enfermeira em um hospital de São Paulo, e
seu marido, Paulo Sérgio de Freitas Ferreira, é diretor financeiro de
uma clínica médico-cirúrgica.
A
última edição do concurso "Maior Gato do Brasil" havia sido feita em São
Vicente em 2011. Na ocasião, a vencedora foi "Diana Ross", uma maine
coon de 1,02 metro. O maior felino dessa raça já registrado oficialmente
tem 1,23 metro, de acordo com o Guinness, o livro dos recordes.
Duzentos gatos expostos
Duzentos gatos de 30 tipos diferentes foram reunidos neste fim de semana
na Expo Gatos. No local, ocorreram também duas etapas do Campeonato
Brasileiro de Gatos de Raça, com os mesmos juízes estrangeiros que
analisaram quesitos idênticos aos adotados para os maine coon. Os
animais eram limpos, penteados, maquiados e recebiam higiene dental e
aplicações de colírio.
O
aparato em torno dos felinos, de espécies como persa, burmês, cornish
rex, oriental, siamês e singapura, mostra o variado e caro mercado de
produtos e serviços que cerca esses animais e seus donos. Um gato de
raça, nacional ou importado, pode custar de R$ 2.000 a R$ 4.000 e
demandar R$ 100 mensais em alimentação e cuidados veterinários.
O
maior problema é quando o animal precisa de assistência médica. "O
veterinário é seu 'sócio'. Há situações em que gatos passam por
transfusão de sangue, algo muito raro e para o qual não se fazem
doações", diz Hugo Cavalheiro, presidente da Amacoon (Associação da Raça
Maine Coon no Brasil).
Cavalheiro mantém, num apartamento de 150 m², 16 gatos maine coon – os maiores que há.
Interesse e expansão
A química Adriana Peres começou a se interessar por gatos há oito anos.
Começou com um persa macho. Depois, comprou uma fêmea. Eles se cruzaram,
outros vieram e, hoje, ela e o marido, o também químico Claudemir
Peres, vivem com dois filhos adolescentes, de 16 e 15 anos, e 26 gatos.
"Só em ração, são R$ 1.400 por mês, fora areia [para urinarem e
defecarem], vitaminas...", afirma.
Adriana,
hoje, tem um gatil e participa de concursos nacionais de beleza para
gatos. Para aprofundar seus conhecimentos, cursa o segundo ano de uma
faculdade de Medicina Veterinária.
O
casal de aposentados Ana e Antevaldo Tavares, de Praia Grande (71 km de
São Paulo), reside em uma cobertura com dois andares – o de baixo para
eles, e o de cima para seus 35 gatos. O mais velho deles está com 16
anos, praticamente o mesmo tempo em que se dedicam a criar felinos.
"Não
vivemos disto. É amor, amor, amor. Para viver bem com gatos, é preciso
paciência, paciência, paciência. Gatos precisam de espaço, que esse
espaço seja respeitado, vacinação em dia", recomenda Ana, que participou
da exposição com três gatos exóticos e um persa.
Melhoramento de raças
Criadores de gatos ainda têm outra preocupação: o melhoramento das
raças. Para que animais consanguíneos não se cruzem, é comum que comprem
gatos uns dos outros ou os importem, para que se obtenham as melhores
características genéticas (pelagem, porte físico, fisionomia).
Assim
é com Daniel Stoicov, criador de maine coons há 12 anos. O gato que
levou à exposição, 'Danger Field', foi importado da Dinamarca, é
"filhote da campeã mundial de 2007" e, segundo ele, ocupa a primeira
colocação, "com folga", no Campeonato Brasileiro de Gatos de Raça. Ele
tem outros sete felinos e despende mais de R$ 10 mil por ano com a
alimentação e a saúde deles.
"Nunca
havia tido gatos antes de meu [cão] rottweiler morrer. Queria um gato
que se parecesse com meu cachorro. É apaixonante. A vida social melhora
com um gato", comenta Stoicov.
Nenhum comentário:
Postar um comentário