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Mercado Pet atrai investimentos e novos serviços: Casamentos



Segmento faturou R$ 13,4 bilhões em 2012 e prevê crescimento de 7,5% neste ano




Há cinco anos, a empresária paulista do ramo de eventos Carla Zajdenwerg se deparou com um pedido inusitado feito por uma de suas melhores clientes: preparar a festa da cadelinha da família. Apesar do espanto, ela atendeu à solicitação. O evento reuniu 15 cães e 50 pessoas com uma mesa regada a brownies, pirulitos e bolos. A oportunidade despertou a atenção da empresária para o potencial do mercado e resultou na criação da Pet Party, empresa que realiza cerca de três festas por mês. Entre aniversários e casamentos, as comemorações podem custar entre R$ 5 mil e R$ 200 mil.

O exemplo da Pet Party ilustra as oportunidades encontradas no mercado pet que, segundo estudo da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza, faturou R$ 13,4 bilhões em 2012 e prevê um crescimento de 7,5% neste ano, chegando a R$ 14,4 bilhões. O montante coloca o Brasil na segunda posição entre os países que mais consomem produtos e serviços para animais domésticos, atrás apenas dos Estados Unidos. “É um mercado que está crescendo mais até do que o varejo tradicional”, disse Luiz Góes, sócio sênior da GS&MD. 

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A produção de alimentos para festa gera uma outra cadeia de serviços que envolve até nutricionistas

Dentro desse mercado, o ramo de alimentos beneficia companhias nacionais a estrangeiras como a fabricante americana Mars, dona das marcas Pedigree, para cães, e Whiskas, para gatos. A empresa é líder no Brasil neste segmento, com 26% e 41,6% de participação de mercado, respectivamente. “Existe uma educação maior em relação à importância dos cuidados com alimentação dos bichos”, disse Marina Sachs, diretora de marketing da divisão de petcare. Apesar da presença da multinacional aqui, as marcas brasileiras não ficam atrás. O ranking Top Petfood Companies colocou a Total e Nutriara entre as maiores do mundo.

O consumo de alimentos para pet tende a crescer. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o Brasil tem potencial para consumir 4,5 milhões de toneladas de alimentos pet por ano (considerando gatos, cachorros, peixes e aves). Porém, o País vai comercializar apenas 2,3 milhões de toneladas em 2013. "Isso mostra que a indústria tem um potencial de crescimento nos próximos anos que independe do momento econômico”, disse José Edson Galvão de França, presidente-executivo da Abinpet. 
 
 
 
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Prateleira variada
 
O desenvolvimento deste mercado se mostra também na sofisticação dos serviços oferecidos aos animais como creches para cães e gatos, hotel e até babás. A lista de mimos aos bichos inclui atividades recreativas, cabeleireiro e médicos veterinários especializados. Além do hospital veterinário 24 horas, ambulância e banho e tosa a domicílio. Ainda segundo a Abinpet, o setor de serviços cresceu 24% em 2012 ante 17% do nicho de alimentos. Dentro dos segmentos levantados pela pesquisa da Gouvêa de Souza, os petshops com serviços veterinários são predominantes e representam 34,6%. 
 
Cerveja para cães, boneca inflável e até ofurô são alguns dos produtos exóticos feitos para cães e gatos. A Dog Beer, uma cerveja canina feita à base de carne, foi criada a partir de um desejo dos donos de cães que oferecem a bebida tradicional a seus animais. Marco Melo, criador da marca, argumenta que a principal finalidade de seu produto é que os donos possam proporcionar prazer ao animal. Dalton Ishikawa, médico veterinário e proprietário da Pet Games, explica que, em muitos casos essas categorias de produtos atendem mais ao desejo dos donos do que dos animais.
 
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Dos mimos ao bem-estar
 
José Edson Galvão de França, presidente da Abinpet, conta que a preocupação com o bem-estar dos animais também é um fator determinante na geração de novos negócios. “Acabou a ideia de que o cão ou gato é apenas um ser a serviço do homem, ele é um membro da família”, diz.  Luciana Scaramuzza, diretora do DDC, centro de bem-estar animal, explica que não é apenas uma questão de mimo. “Esquecemos que os animais têm demandas próprias e não podem ser humanizados.”
 
A preocupação com o bem-estar animal é algo relativamente recente no mundo todo. Além disso, uma outra tendência é a mudança de utilidade dos cães que deixam de ser apenas companhia e passam a atenderem necessidades cotidianas que surgem com a mudança no perfil das famílias urbanas, uma cadeia de serviços de utilidade social. Sobretudo os cães que são excelentes companheiros de idosos, guia para deficientes visuais e protetores de residências.
 
No Brasil, o surgimento de novos serviços foi possível também graças ao aumento de poder de compra dos brasileiros, o que contribuiu para um mercado cada vez mais sofisticado. Seja nos produtos e serviços mais básicos como a ração e a tosa, ou nos mais inusitados, o mercado Pet vai além de representar apenas uma cadeia de produtos e serviços, mas reúne consumidores que, em menor ou maior grau, consideram cães, gatos, aves e outros animais como membros de suas próprias famílias e estão dispostos a pagar por isso.
 
 
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