Muitos fatores podem ser os causadores do câncer e a preocupação com o assunto é devido o aumento de casos em cães. Os donos querem ter a adorável companhia de seus animais, mas, também, querem que eles possam ter maior qualidade de vida, principalmente quando passarem por uma doença. Devido a esta maior longevidade, é comum o surgimento de neoplasias nestes pacientes. E a especialidade veterinária que trata estas doenças é, assim como na medicina humana, a Oncologia. Desta forma, traz a possibilidade de ter o seu cãozinho por mais tempo e diminuir o sofrimento que o câncer provoca neles.
Rafael Huppes, com mestrado em Anestesiologia e
Cirurgia e doutorado em Clínica Médica pela Universidade Estadual
Paulista (Unesp) de Jaboticabal (SP), ambos com ênfase em Oncologia
Veterinária em pequenos animais, informa que a grande incidência de
câncer acontece em cães de meia idade a idosos, entres os seis e 13
anos. Os motivos mais comuns no desenvolvimento do câncer são: doenças
virais em felinos como FIV e Felv e, na maioria dos cães e gatos, a
baixa imunidade, traumas crônicos repetitivos, processos inflamatórios,
exposição a fatores radioativos, radiação ultravioleta, hormônios
contraceptivos (para as fêmeas não entrarem em cio) e falhas dos
mecanismos de controle celular do hospedeiro. "Os tumores que mais
observo na rotina clínica são tumores cutâneos (representados por
nódulos), mamários (representados por nódulos), ósseos, hematopoéticos e
do sistema urinário. Tanto que eu procurei me especializar nesta área
por perceber o aumento de casos em pacientes e pela vontade de
proporcionar maior qualidade de vida e de sobrevida aos animais", afirma
o veterinário.
As causas para o desenvolvimento do câncer podem ser
ainda mais relativas, pois podem ter princípio também por fatores
externos. Outros elementos que podem causar a patologia são a
alimentação e a obesidade. Mas dr. Rafael lembra que, independente do
princípio da doença, o paciente oncológico veterinário, assim como os
humanos, tem o direito de ser tratado, para que dessa forma possa ter
uma qualidade vida melhor.
Diagnósticos
Para diagnosticar se existem tumores mamários, basta
manipular as glândulas e sentir alterações nodulares de consistência
diferente do tecido normal. Isso pode identificar precocemente se houver
nódulos. Em animais com mais de seis anos devem ser feitas avaliações a
cada quatro meses. O veterinário comenta que ainda há pouca preocupação
em levar esses pacientes ao veterinário. "O diagnóstico precoce pode
proporcionar cura em alguns pacientes. O importante, além de se avaliar
as mamas em cadelas, é se alertar aos outros tumores que acometem cães e
gatos. É de grande importância o contato direto com seus animais de
estimação, manipular, pois desta maneira se observa possíveis nódulos
pelo corpo”, indica Rafael.
“Nos casos das neoplasias, indiferentemente do tecido
que ela está acometendo, o diagnóstico precoce pode proporcionar o
tratamento necessário para tentativa da cura e ou maior tempo livre de
reincidência do tumor ou invasão metastático. Nos casos de tumores mais
agressivos, pelo menos proporcionar uma sobrevida com qualidade ao lodo
das pessoas que os ama”, orienta.
Quando existe a suspeita pelo proprietário, deve-se procurar um
médico veterinário especialista em Oncologia, para que desta forma sejam
procedida as avaliações hematológicas, bioquímica renal e hepática,
assim como os exames de rotina para pacientes oncológicos como:
citologia, histopatologia e de imagem para pesquisa de possíveis
metástases. Além disso, é necessário fazer o estadiamento clínico do
tumor e do paciente para depois sugerir determinado tratamento para cada
tipo tumoral.
Tratamentos contra o câncer
Dentre os tratamentos preconizados pela literatura estão
descritos: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, eletroquimioterapia,
terapia quimioterápica metrônomica, criocirurgia, terapia fotodinâmica,
controle da dor e nutrição oncológica.
O tratamento cirúrgico para cães é seguro e no Sudoeste é
possível ter acesso a essa modalidade. Assim como o procedimento
cirúrgico, os pacientes submetidos à quimioterapia respondem de forma
adequada. De todos os animais que tratam com a quimioterapia, somente
20% apresentam efeitos colaterais. "Os efeitos colaterais são
semelhantes aos observados em pacientes humanos, sendo que esses efeitos
são de fácil controle", tranquiliza dr. Rafael.
O especialista ressalta que é importante que as pessoas saibam que
existe o tratamento, métodos de diagnóstico, inclusive precoces, para
que dessa forma haja melhor resultado do tratamento.Fonte: Ligia Tesser - Jornal de Beltrão |
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