Sete espécies passarão pela experiência.
No Brasil, mais de 600 espécies estão ameaçadas de extinção.
Pela primeira vez na América Latina, os animais silvestres passarão pelo teste de clonagem. No Brasil, mais de 600 espécies estão ameaçadas de extinção. O Zoológico de Brasília tem 36 bichos dessa lista. Em cativeiro muitos não conseguem procriar. O ambiente artificial, o estresse, a alimentação, tudo isso influencia.
Uma das tecnologias mais avançadas será testada no Brasil. O zoológico já tem uma lista dos primeiros que vão passar pela experiência: cachorro-do-mato, quati, veado-catingueiro e quatro ameaçados de extinção: lobo-guará, cachorro-do-mato-vinagre, gato-maracajá e o maior felino das Américas - a onça-pintada.
A escolha foi feita para aproveitar experiências de sucesso na clonagem de animais domésticos. “Alguns canídeos, que são parecidos com os cães, alguns felídeos que são parecidos com os gatos. Então essa lista saiu exatamente dessa análise de aproveitar o que já está desenvolvido junto a esse trabalho junto com a Embrapa”, explica o diretor do zoológico José Berlamino da Gama Filho.
Os veterinários estão montando um grande banco de DNA. Levaram células, ovócitos, sêmen dos animais para a Embrapa e armazenaram em cilindros que conservam o material a quase 200 graus abaixo de zero.
A clonagem funciona assim: os pesquisadores retiram o núcleo do que eles chamam de ovócito, que é uma forma anterior ao óvulo, e substituem por uma célula do bicho que vai ser clonado. Ela se multiplica, até virar um embrião. Sete dias depois, esse embrião é colocado na mãe de aluguel.
A Embrapa domina principalmente a clonagem de bovinos. Mas aplicar essa técnica em animais selvagens é bem mais difícil.
“São animais distintos. São animais que nunca foram utilizados, então é tudo novo. Coreanos já produziram coiotes, lobos-cinzas, lobos-cinzentos através da transferência nuclear interespécies. E ha outros países também utilizando a clonagem, Espanha, Estados Unidos”, diz o pesquisador da Embrapa Carlos Frederico.
Mas o pesquisador lembra que a clonagem deve ser o último recurso para salvar uma espécie. “É um último socorro porque o mais importante é a gente conservar a nossa fauna, a nossa flora onde ela está, da maneira que ela está. É isso que é o nosso desafio.”
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