A cinomose é uma doença viral e sua transmissão ocorre através das secreções orgânicas
Fonte :Christine Fortes Brito
Hoje vamos falar bem sério. Conversar sobre a segunda doença mais perigosa para os nossos cãezinhos, a tão temida Cinomose. Ela só perde para a raiva em letalidade e cerca de 75% dos animais acometidos por essa doença ainda evoluem para óbito, infelizmente, e muitos que sobrevivem ficam com sequelas. A boa notícia é que a doença possui uma prevenção simples e bastante eficaz, a vacinação periódica.
A cinomose é uma doença viral e sua transmissão ocorre através das secreções orgânicas (corrimento nasal, urina, fezes, saliva...) entre os animais, também pode ocorrer contágio através de bebedouros coletivos e pela aproximação e manipulação entre animais ou pessoas sadias que tiveram contato prévio com animais contaminados e que transportam o vírus em seu corpo, utensílios, roupas, bolsas e sapatos. A doença acomete especialmente animais imunocomprometidos, como os filhotes, animais debilitados, idosos e pacientes crônicos não vacinados. O vírus tem curso preferencial na região ocular, trato respiratório e neurológico, mas também pode ter manifestações gastroentéricas, tegumentares e em muitos casos pode ter todos os cursos de forma evolutiva e súbita. Em geral, o animal demonstra apatia, falta de apetite, febre, olhar triste e isolamento, que melhoram e pioram, normalmente no intervalo de 7 a 10 dias. Isso ocorre devido aos picos febris do vírus.
Depois dessa indisposição inicial, normalmente surgem os sintomas respiratórios e oftálmicos: espirros, lacrimejamento e coriza que evoluem para tosse e secreção nasal purulenta, devido às infecções secundárias, como broncopneumonia, por exemplo. Em seguida ou concomitantemente ao quadro respiratório, ou algumas vezes como sintoma único, surgem as manifestações digestivas: vômitos e diarreias, avançando para a fase mais perigosa da doença, a fase nervosa, na qual o animal apresenta mioclonias (tremores musculares involuntários), manqueira, paraplegia (em especial dos membros posteriores), andar em círculo, desorientação e convulsões. Associado aos quadros já citados podemos ter manifestações cutâneas.
Muitos perguntam se existe ou não tratamento e a sua eficácia, pois existem diversas formas de se abordar essa doença. É importante que entendamos que o tratamento é focado no controle dos sintomas e quanto antes entrarmos com o protocolo (que é individualizado) maior a chance de cura do animal. Com a evolução da medicina veterinária e com uma abordagem precoce do paciente, os tratamentos estão sendo cada vez mais efetivos para nossa felicidade! Por isso, caso tenha um animalzinho com sintomas de cinomose procure imediatamente o médico veterinário de sua confiança para iniciar o protocolo terapêutico e tenha muito cuidado com os tratamentos que são colocados empiricamente na internet... Gente, tem cada absurdo! Fiquei pasma! Vale nem a pena comentar, mas vale o alerta.
Outra forma preventiva importante para o controle ambiental é o uso de desinfetantes germicidas eficientes. Sempre recomendamos, para aqueles que têm peludos em casa, que troquem o desinfetante comum do supermercado por um desinfetante à base de amônia quaternária que é muito eficaz nesse e em outros casos.
A melhor maneira de mantermos nossos cãezinhos longe dessa doença de tamanha gravidade é a prevenção. Um calendário vacinal eficaz, acompanhado pelo médico veterinário, garante imunização dos nossos peludos. Encontramos proteção contra cinomose nas vacinas polivalentes, que muitos chamam de “vacina contra viroses”. Não podemos esquecer que para manter o animal imunizado precisamos fazer os reforços vacinais anuais.
Com cinomose não se brinca. Prevenção já!
Christine Fortes Brito
CRMV 1020 PI
christinefortesbrito@hotmail.com
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